sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Crescer


São remoinhos no espaço
Engolem tudo á passagem
Tudo sonho, e nada faço
Não passa de uma miragem
Aves voam sobre a paisagem
De flores e erva fresca
Também estão de passagem
Por uma terra como esta
Sob o limpo céu
Sobre as águas revoltas
Também vou voando eu
Dentro de um tempo que não volta
A calma, essa volta
Na carícia da manha
Já a noite, se revolta
Quando cai do seu divã
Quem caiu fui eu
Mas continuo a lutar
Com todo o esforço meu
Sigo aprendendo a voar
Fecho os olhos e vejo
O nada, dentro do todo
Abro os olhos, pestanejo
Afinal está tudo roto
É grande o desgosto
Do não cumprido desejo
Entre montes e vales
Procuro a velha utopia
Vem-me o cheiro a bem, e de outros
Abro os olhos, e só vejo males
Todos em catadupa vejo
Mas a nenhum dele desejo
De par em par observo
O mar á minha frente
De maré, calmo ou bravo
E já a certeza me desmente
Mas a este seu servo
A ignorância não mente
No escuro da espuma
Vejo a clara inocência
No meio desta bruma
Vou perdendo a inocência

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