sexta-feira, 15 de abril de 2011

4ª República Precisa-se

                                  A ilusão do FMI

     Finalmente chegou o FMI a Portugal, e mesmo que não houvesse mais nada para dizer acerca do assunto, já seria bastante o facto de estes senhores bem vestidos de óculos escuros e ar sério exercerem a sua profissão em Portugal pela terceira vez desde o 25 de Abril de 74, quase que me apetece dizer -merda para o 25 de Abril e para a Democracia e para os políticos que a gerem.
     Creio que já começa a ser tempo de mudar de vida, e creio que é tempo dos Portugueses abrirem os olhos de uma vez por todas, é que ao contrário do que muita gente possa eventualmente pensar, o FMI não vem cá para resolver os problemas do país, o que eles vêem cá fazer é apenas resolver um dos problemas da país, a saber: divida externa, tendo que para isso resolver um outro por inerência: buraco orçamental, passo a explicar. Portugal é membro da União Europeia bem como do FMI, e deve muito dinheiro a estes dois e aos seus membros, e como não estamos a ser capazes de pagar as nossas dívidas, eles mandam para cá alguém para dizer aos incompetentes dos políticos portugueses o que eles têm de fazer para resolver o problema das contas públicas a fim de que possamos pagar a quem devemos, e findo esse trabalho os ditos senhores vão-se embora, e não se irão embora por muito tempo se continuar-mos sem resolver os nossos problemas de fundo.
    É frequente ouvir alguns comentadores e analistas da nossa praça nomeadamente os mais próximos e colados à esquerda, de que a receita do FMI é sempre a mesma e que nenhum dos países por onde eles passaram ficou ou está melhor do que antes do FMI. Pois de certa forma têm razão, é que como já disse o FMI bem arranjando dinheiro e condições para que o país pague a quem deve dá o fora, cabendo depois a cada país fazer o seu trabalho de casa, e, no nosso caso, como não temos sabido arrumar a nossa casa os homens vem e voltam e voltam.
    Então o que é que é preciso fazer para que estes senhores não tenham que andar sempre a caminhar para Portugal? É preciso resolver problemas de fundo como por exemplo pôr a sociedade a funcionar de forma clara e esclarecida, é preciso dar cultura ao povo e ensina-los a pensar por suas próprias cabeças, para que assim saibam escolher convenientemente quem os governa melhor,é que se investe muito em cultura neste país mas apenas em cultura para umas certas elites a chamada cultura cara, se por acaso aparece um grupo de teatro amador o mais natural é morrer á fome e com falta de apoios. É preciso que saibamos tomar conta da nossa casa escolhendo políticos competentes e não uma corja de bandidos e vigaristas. É preciso definir uma orientação estratégica de futuro, temos de saber o que vamos fazer no futuro e vocacionar a economia para tal. Não é construir auto-estradas e aeroportos e tgv’s só por construir. O têxtil foi-se, o calçado vai-se aguentando mas fraquinho, a pedra foi-se, a cortiça foi-se, a agricultura acabou, a pesca já não existe, a siderurgia foi pelo mesmo caminho, nas exportações resta o papel e pouco mais, o cimento é para consumo interno e se não tomarmos novo rumo até isto acaba.
   O estado deste país é bem o espelho deste povo, que vive para se exibir só porque é amigo de gente muito rica e então tenta viver como estes mas esquece-se que para o poder fazer tem de criar riqueza primeiro, e agora estamos na situação em que os ricos se fartaram de nos emprestar dinheiro, até me admira como têm tido tanta paciência connosco.
    Talvez não seja má ideia deixarmos de eleger governos e presidentes da republica que não servem para nada, elegemos apenas os deputados que depois contratam senhores de gravata e óculos escuros que vêem comandar o país, uma espécie de gestores mercenários do exercito económico, que ganham por objectivos. Talvez seja uma boa forma de aperfeiçoar este sistema democrático que Churchill disse não ser bom mas ainda assim é o melhor que temos. É que assim, aqueles que são competentes o suficiente para governar um país ganham mais no privado e não se borram em intriguinhas
     Há uma pergunta que me persegue constantemente: o que é que Portugal tem a menos em termos de recursos do que países como a Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Dinamarca, Itália, França, Espanha, Inglaterra, Suécia, Áustria, etc, etc,?? E a nossa mão-de-obra? É reconhecida e valorizada e consegue ser das mais produtivas em qualquer parte do mundo com excepção da sua própria terra.
    Já agora aqui deixo mais umas quantas perguntas para reflexão. Porque é que andamos a pedir o alargamento da nossa zona económica exclusiva se não é para a explorar e rentabilizar? Com uma zona económica exclusiva tão grande, como deixamos acabar com as nossas pescas para agora comprar pescado? Só compraram dois submarinos para a fiscalizar? Porquê deixar as nossas terras ao abandono e á mercê dos fogos de Verão e não as cultivamos? Porque fecharam as minas? Porque é que as mentes imaculadas deste país nacionalizaram a siderurgia do Champallimaud porque era um bandido de um capitalista fascista e agora aceitaram a fundação que nos deixou? Porque é que o povo português vota sempre no símbolo do partido? Será que somos como os macacos e identificamos os símbolos com comida, independentemente de quem é o tratador? Porque é que os dirigentes sindicais são sempre os mesmos e têm mais poder que a maioria dos partidos políticos? Porque é que os sindicatos não pagam o dia de greve ao trabalhador que faz greve? Como é que é possível haver 20% dos eleitores a votar em partidos que defendem uma economia nacionalizada, e aumento de tudo o que é subsídios e reformas do estado na actual situação económica? Como é possível que um órgão de soberania como são os tribunais, seja tutelados por um ministro que é nomeado e não eleito? Como é possível que os representantes dos eleitores na assembleia da república representem na realidade os interesses do partido e dos lobbys que os financiam? Dom Afonso Henriques, Dom Diniz, Dom João II,  Sebastião José de Carvalho e Melo, António de Oliveira Salazar. Será que teremos de esperar mais 100 ou duzentos anos por outra Ínclita geração?

domingo, 3 de abril de 2011

Uma geração de Tótós

«Não temos uma geração á rasca, o que temos é uma geração RASCA QUE CRIOU UMA GERAÇÃO DE TÓTÓS»


Quer se queira ou não a verdade nua e crua é: andam há 30 anos a viver do que não produzem e não têm, andam a viver á conta dos impostos e empréstimos da Alemanha, França, etc. etc.

O FMI é inevitável e não vale a pena diabolizar, é claro que vai ser duro e difícil, mas vai ser pior sem a intervenção de ajuda externa, porque os portugueses já provaram que não se sabem governar, o que sabem fazer é empurrar culpas de uns para os outros defender os interesses do partido e estão se cagando para o interesse nacional, eu não quero saber de quem tem culpa muito embora gostasse de ver uns quantos a bater com os costados atrás das grades.  

Viveram demasiado tempo á custa de alguém pois agora mentalizem-se que vão ter de pagar as dividas, e não o fazem com deficits de 2%, isso só serve para equilibrar as contas, para pagar dívidas é preciso crescimento económico e super-havit, e isso não se consegue com a tradicional ideologia do anti-fascismo e anti-patrões, são os patrões e as empresas que geram riqueza e crescimento e postos de trabalho, gostava que me dissessem quantos postos de trabalho foram criados pelas centrais sindicais nos últimos 40 anos. Os maquinistas da CP todas as semanas fazem greve têm mais regalias que ninguém e nunca estão contentes, isso tem de acabar. Não temos possibilidades de suportar 800 mil funcionários públicos, nem metade. Temos de impor tectos nas reformas, 2000 euros por mês é mais do que suficiente para qualquer pessoa viver dignamente, o estado deve se resumir a legislar e fiscalizar e sair de uma vez por todas da economia e deixar de fazer concorrência desleal aos privados.

Por isso mentalizem-se, isto ainda não é nada a crise veio para ficar muito e muito tempo. Muita mentalidade e muitos maus hábitos vão ter de mudar.

E não temos uma geração á rasca, o que temos é uma geração RASCA QUE CRIOU UMA GERAÇÃO DE TÓTÓS,  quando eu era adolescente via muitos dos meus colegas a ir passar férias para a praia e eu ia dar serventia a pedreiros alem de muitas outras coisas e o dinheiro nem sequer ficava para mim, era entregue na íntegra aos meus pais, na altura não gostava mas hoje agradeço aos meus pais o exemplo que me deram. Hoje temos uma geração de totós, é a geração das consolas, portáteis, telemóveis e festivais de verão, e facebook, ipod e mp3, tudo brinquedos caros de mais que só podem ser comprados porque, o estado se continua a endividar a taxas de juro de agiotas. Mas estes totós não têm culpa, a culpa é da chamada geração rasca que não os soube educar, e o resultado é uma cambada de Tótós  mal criados, que não respeitam nada nem ninguém, e que não sabem fazer nada, e se juntarmos a tudo isto um sistema de ensino que valoriza a lei do menor esforço, e favorece o absentismo e a total falta de respeito, é isto que temos. Ora não vejo grande futuro numa nação que premeia os incompetentes e abandona alguém de digno valor que mais tarde ou mais cedo se cansa e simplesmente desaparece em busca de sítio onde lhes seja reconhecido o justo valor.
    Mentalizem-se de uma vez por todas que não pode ser o estado a resolver todos os problemas da sociedade civil, não podemos continuar a sair para a rua e a gritar contra o estado. O estado somos nós. A função do estado mais uma vez é: legislar e fiscalizar, depois cabe aos cidadãos, e empresas, irem á luta e fazer pela vida «dar ao cú que se faz noite». Há muita coisa por fazer neste país, muita terra por cultivar, muito mar por explorar, tudo o que se diz que está mal, é hora de quem critica e pede ajuda se mentalizar que têm de se ajudar a si próprias e a força que usam para lutar contra os políticos devem-na usar para lutar pelas suas próprias vidas, deixem o vicio dos subsídios e ajudas do orçamento geral do estado e comecem uma vida saudável de trabalho e poupança.Se  o conseguirem fazer vão ver que teremos melhores políticos, porque estes políticos rascas que temos não é mais que o resultado da sociedade que somos, até porque o espelho nunca mente.