quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Como alterar o estado da Nação ( continuação)

                                                   Ministério da Justiça:

    Quanto a mim este é o maior problema de Portugal. Não há estado sem justiça. Quando cada um pode fazer o que quer e lhe apetece sem consequências, é a anarquia total, não há estado de direito nenhum que resista á falta de justiça, e quando dizem que a democracia está em crise, eu não posso concordar, o que está em crise é a justiça que não fiscaliza a democracia. Sempre ouvi dizer que a nossa liberdade acaba quando começa a liberdade dos outros, pois quando alguém faz passar a sua liberdade para lá dos limites da liberdade dos outros, tem que entrar em funcionamento uma justiça que diga claramente quais são os limites e que puna quem os ultrapassar, e em meu entender isso está muito longe de suceder. Veja-se por exemplo o caso bem conhecido da maioria dos portugueses, de um autarca deste país que foi julgado e condenado a sete anos de prisão efectiva e a perca de mandato, e o que é que acontece? Recorre da sentença, em liberdade depois de ter sido condenado, recandidata-se, ganha as eleições e continua a exercer o cargo de autarca depois de ter sido condenado em sentido contrário. Ninguém é mais a favor do estatuto da presunção de inocência do que eu, mas a partir do momento em que é condenado, tem de cumprir pena, foi julgado, foi condenado, tem de cumprir pena, quer recorrer, recorre na prisão. Para já não falar na eternidade que demora a investigação, acusação, defesa, julgamento, recursos e mais recursos e pormenores técnicos que a lei permite tudo e mais alguma coisa a quem tenha meia dúzia de tostões, que lhe permita pagar aos advogados, nunca mais ser condenado pelos crimes que cometeu. Mas o problema maior nem é o acontecer um caso destes por si só, é o exemplo de impunidade que se dá ao resto da população, e não há cadeia de comando que resista a maus exemplos, e o problema transforma-se numa catástrofe nacional quando o exemplo se transforma em regra. Nos Estados Unidos da América, o senhor Madoff foi acusado e condenado em seis meses, em Portugal pensa-se que o caso BPN pode vir a ter até oitocentas testemunhas, daqui a vinte anos ainda andamos a julgar o senhor Oliveira e Costa. Simplesmente vergonhoso.
    Uma coisa que eu nunca consegui entender é: porque é que a justiça tem de estar sob a tutela do poder político? Como é que um órgão de soberania como são os tribunais têm de estar sob a alçada de um poder executivo que é nomeado pelo Presidente da Republica? Cheira-me a promiscuidade.
    Existem em Portugal três órgãos de soberania, a saber: Presidente da Republica, Assembleia da Republica e Tribunais. O governo é um órgão executivo nomeado na sua totalidade pelo Presidente da Republica. Os Tribunais deveriam sim ser independentes de qualquer poder político, sendo apenas fiscalizados pela Assembleia da Republica e sempre por uma maioria qualificada de dois terços, a exemplo de como acontece aliás com o Provedor de Justiça.
    O Presidente da Republica tem o poder de fiscalizar a Assembleia da Republica com o poder que lhe assiste de a poder dissolver e convocar novas eleições. A Assembleia da Republica teria o poder de fiscalizar as Tribunais. Os tribunais teriam a independência necessária para poder fiscalizar os outros dois órgãos de soberania.
    Desconfio no entanto que isto não traria grande vantagem aos políticos habituados a fazer tudo o que querem e lhe apetecem, sem olharem a métodos e ou meios para alcançar os seus objectivos.
    No âmbito da justiça ainda se deveria promover uma revisão geral dos códigos do processo civil e penal, a fim de simplificar as leis tornando-as mais claras e objectivas, de fácil compreensão por qualquer cidadão, e sem dar azo a interpretações diversas do mesmo texto, sem falar no artigo 3º da alteração à alínea d) do artigo 4º alterado pelo nº1 da revisão xxxx/74 , um autentico caos.  Temos legislação a mais e lei a menos.
    É necessário aumentar os vencimentos dos Juízes, pois como titulares de um órgão de soberania, e por uma questão de equidade, deveriam-se equiparar os seus vencimentos aos vencimentos do Presidente da República, e do Presidente da Assembleia da Republica. Deve-se ainda optar por uma solução de salário fixo em detrimento de uma solução de salário mais ajudas, uma vez que fica mais difícil de controlar os seus rendimentos. Deveriam ainda ser proibidos de deter qualquer tipo de participação social e ou económica em qualquer empresa ou instituição que tenha como objectivo a obtenção de lucros. Medidas aliás que deveriam ser estendidas a todos os detentores de cargos públicos, durante o exercício das mesmas, e findas as quais deveria ser guardado um período de nojo de até dez anos dependendo da relevância e importância do cargo.
    O Ministério Publico deve ser um organismo independente tutelado pela Assembleia da Republica, dirigido por um Juiz e deve ter a seu cargo a polícia de investigação criminal, a ver se desta forma se acaba de uma vez por todas com a nojeira de provas mal obtidas e inválidas, toda a gente sabe o que os homens fizeram e disseram, mas não se pode fazer nada porque as provas foram obtidas de forma ilegal, afinal são os policias os criminosos. Deve se acabar com a figura do Segredo de Justiça, bem como a prisão preventiva, trocando-a por prisão domiciliaria, com excepção a crimes de sangue, crime violento (assalto á mão armada, violência domestica, etc.), desde que em flagrante delito. Para todos os flagrantes delitos, julgamentos sumários num máximo de 48 horas. As penas de prisão deveriam ser agravadas em crimes de sangue e crime violento, bem como pedofilia e crime económico e corrupção. Não defendo pena de morte porque todos temos direito á vida, e até porque muitos condenados estão inocentes como se vem a provar em muitos casos de países onde existe a pena de morte, mas para certo tipo de crimes não tenho nada contra a pena de prisão perpetua, ou em alternativa a acumulação numa mesma pena, das varias condenações.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Como alterar o estado da Naçao

Como alterar o estado da Nação

Portugal está a precisar de uma revolução, e não é pequena, e temo que tenha de ser o povo mais uma vez a ter que pagar a factura de tais mudanças, mas desta vez não creio que a revolução tenha de ter gente atirada pelas janelas ou sequer cravos nas espingardas, tem de ser acima de tudo uma revolução de mentalidades, da forma de estar e pensar o país, é que há muita gente neste país que ainda não digeriu o 25 de Abril de 74, não se convencem que o 25 de Abril de 74 acabou às 00.00 horas do dia 26 de Abril de 74, não há meio de começarem a lutar por um país diferente, continuam a viver na mesma tacanhez de espírito da velha senhora, passam a vida a teimar cada um para seu lado mas no final todos dizem o mesmo. (Diz a tradição para a inovação: «vocês nunca ouvem o que eu digo!»; diz a inovação para a tradição: «vocês nunca ouvem o que eu digo»).
Primeiro que tudo é preciso reflectir muito bem qual deve ser o papel do estado? De ditaduras que tudo controlam já toda a gente esta farta por esse mundo fora, sejam de esquerda ou de direita, sociais ou populares, mais ou menos encapotadas. Queremos um estado que embora democrático tudo controla, sem deixar qualquer sector da vida social, económica e politica sem o controle do estado? Com toda a carga corrupta e burocrática que daí advêm? Não me parece.
A principal função do estado deve ser a de salvaguardar a soberania do estado, e a defesa dos direitos e liberdades dos cidadãos.

Ministério da Defesa Nacional:
Faz sentido ter o exército que temos? É obvio que precisamos de ter um exército, mas adequado em tamanho e equipamento à realidade do mundo em que vivemos, e à posição geoestratégica que o país ocupa no mundo. Com certeza que não será de esperar uma invasão terrestre por parte da Espanha. Portugal é membro da NATO e da EU, e com excepção de Marrocos, os membros dessas organizações de países são todos os países que nos rodeiam, e com os quais partilhamos acordos de entreajuda há muitos anos, como tal deve ser na base dessa cooperação estratégica com esses países que devemos ajustar a realidade das nossas forças armadas, menos virada paro o nosso espaço terrestre mas sim mais virado para o ar e o mar, uma vez que temos uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo e a maior da Europa, que ainda há bem pouco tempo viu a sua dimensão alargada pelas Nações Unidas. Precisamos de um exército mais pequeno, mais ágil e mais bem equipado com especial incidência no mar, não só no âmbito da defesa nacional mas no âmbito do controle do tráfico de droga e do tráfego marítimo, tráfego esse que continua em franca expansão e que muitos são os crimes cometidos em alto mar como a lavagem de tanques de petroleiros por exemplo. Alem disso era bom que a Armada portuguesa pudesse colaborar mais com as universidades pondo á sua disposição, meios que permitissem a estas explorar mais e melhor através da investigação científica todo o potencial que o nosso mar tem para nos oferecer.
Investir fortemente em quadros altamente especializados para as forças armadas, firmando contratos de exclusividade de longa duração, a fim de fazer prevalecer a motivação e o profissionalismo pessoal numa carreira nas forças armadas.