segunda-feira, 31 de outubro de 2011

As mais belas cores do Outono!

     Finalmente chegou o Outono. Esta é uma das minhas estações do ano favoritas confesso, se bem que consigo encontrar beleza em todas elas, mas a par com a mãe Primavera, são estas as duas estações do ano que mais mudanças operam na natureza. As outras duas são mais de consolidação e de reflexão.
     É na Primavera que tudo renasce, que tudo recomeça, é quando a natureza nos mostra a sua mais pura beleza em todo o seu esplendor, de cores vivas berrantes e brilhantes, mas em termos de cores e tons, nada bate o Outono. É impressionante como em tão pouco tempo e a uma velocidade alucinante tudo muda daqueles verdes dos mais claros aos mais escuros para amarelos, castanhos, vermelhos, matizados, cinzentos e pretos, e nas encostas das montanhas todos se misturam numa amálgama de beleza imbatível. E depois é ver o frio a chuva e o vento fazer voar todas essas folhinhas pelo ar em todas as direcções vindo pintar também o chão, como se uma passadeira se estendesse à nossa frente a nos convidar a entrar neste mundo de mudança e de renovação.
     Pois parece, que a politica portuguesa também foi imbuída por este espírito outonal este ano, e houve algumas árvores de sombras frondosas que há já muito tempo assombravam certas ideias, que também este ano resolveram fazer voar as suas mais belas folhas de lindas cores avermelhadas, e, deixaram-me a mim em particular espantado e atónito com tal mudança.
     Ainda não me atrevi a criticar negativamente este novo executivo que toma as rédeas do país há pouco mais de três meses, ainda estando por isso em tempo de atribuição de benefícios da dúvida como sempre faço a quem não conheço o suficiente, mas por muito mau que seja o seu desempenho, há no entanto uma coisa que eu devo enaltecer desde já. Trata-se na mudança de discurso no seio da esquerda política e em particular do Partido Comunista Português.
      Muito me apraz observar que agora estes senhores saíram das trevas profundas da floresta verde, e por entre as folhas que começam a cair começaram a entrar uns tímidos mas brilhantes e esplendorosos raios de Sol. Agora, a toda a hora oiço esses senhores a defender o crescimento económico, a defender o mercado, a defender o acesso ao crédito, acentuando agora o seu mais ácido discurso em direcção dos bancos, da troika e da senhora Merkel coitada que está farta de pagar para esses senhores se divertirem a brincar aos partidos políticos, á democracia e às greves.
     Pois é meus senhores e minhas senhoras. Este partido comunista que nacionalizou empresas, perseguiu empresários e que sempre acertou o seu discurso contra a economia de mercado, o consumismo, os patrões esses ladrões exploradores do pobre povo indefeso, vem agora dizer que é preciso promover o crescimento económico, aumentar as exportações, aumentar a produção de bens transaccionáveis para diminuir as importações, incentivar o crédito ao consumo que nos pôs em boa verdade no estado deplorável em que nos encontramos. Mas no meio de toda esta bonança, ainda restam umas correntes de ar, é que apesar de defender a economia e o mercado, ainda continuam a chamar ladrões, exploradores, fascistas capitalistas e assassinos aos patrões e donos de empresas.
     Bem sei que não se deve pedir tudo de uma vez, por isso mesmo vou esperar pela Primavera, a ver se novos rebentos saem daquelas árvores ou se pelo contrário voltarão a continuar escondidos por trás das sombras frondosas da ignorância e do fanatismo religioso com que gerem a política.
     Para Pedro Passos Coelho, peço só à academia sueca que abra os olhos, é que por muito menos que isto recebeu o Obama o Nobel da Paz.
     Observar tal mudança de orientação no cata-vento da foice e do martelo, é o mesmo que ver o Pinto da Costa a defender o Benfica, ou que ver os palestinianos a perdoar incondicionalmente os judeus. 
     WATH A WONDERFULL WORLD THIS COULD BE!!

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