quarta-feira, 23 de novembro de 2011

URGENTE: 4ª Republica Precisa-se

Ultimamente tem se falado e escrito muito sobre o estado moribundo desta nossa Democracia com os dias contados. Muito se tem falado e escrito sobre o leite derramado que ate aqui nos trouxe, esquecendo no entanto que este povo nunca foi no entanto nem verdadeiramente livre nem democrático. Se antes do 25 de Abril era tudo proibido, agora, a tudo somos obrigados.

Deixo por isso aqui algumas ideias, para um novo sistema organizativo do nosso aparelho de estado, é que eu gosto sempre mais de olhar em frente do que para trás.

1º Defendo que o número de deputado deve aumentar e não ser reduzido. Com mais deputados, será maior a representatividade, e mais difícil o suborno. Deputados eleitos de forma independente e fora de listas de partidos políticos, qualquer cidadão se pode candidatar, deputados eleitos por um número mínimo de votos, os lugares da abstenção ficam vazios no hemiciclo, eleitos por um período de 5 anos, não podendo exercer mandatos consecutivos de forma a não criar demasiados amigos e clientelismos.

2º Acabar com a figura do Presidente da Republica, passando o chefe do governo a ser eleito e não nomeado e indigitado, bem como o seu governo que também deve ser conjuntamente sufragado. Eleito por períodos de 5 anos intercalados com as eleições da Assembleia da Republica.

3º Acabar com a tutela dos tribunais por parte do governo. Os tribunais como órgão de soberania não podem continuar a ser tutelados por um poder político, executivo e não soberano e não eleito. Acabar com as palhaçadas como o das escutas do Sócrates, em que um juiz diz destrói o outro não destrói, muda a cor do governo e agora afinal até podem ser úteis. Teríamos um sistema do poder soberano tripartido. Governo eleito, com poderes executivos e não legislativo, assembleia da república com poder legislativo, e fiscalizador dos tribunais, e os tribunais (nomeados por maioria qualificada da Assembleia) que exerceriam de forma totalmente independente dos outros poderes soberanos.

Ainda não há muitos anos que um primeiro-ministro foi assassinado politicamente só porque quis por os bancos a pagar impostos. O presidente da república dissolve a assembleia (isto não pode acontecer, pois foi eleita com o voto do povo e este deve ser soberano), e uma semana depois tem a pouca vergonha de vir dizer que é preciso mudar a lei para favorecer a formação de maiorias absolutas. É com estes tiques autoritários e totalitaristas que é preciso acabar, devem aprender a governar sem maioria, isso sim é democracia onde a vontade de todos é respeitada. Uma maioria absoluta é uma ditadura encapotada. Vejam o que se passou ontem no parlamento regional da Madeira. Simplesmente vergonhoso. É tempo de mudar.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11 de Novembro de 1975




11 de Novembro de 1975

Sim. Realmente não é fácil esquecer o dia em que me expulsaram do país onde nasci, eu e os meus pais e irmãos, o país que ajudamos a crescer, o país que era a nossa casa e a nossa vida, o país que era mais que uma ambição, era uma paixão de toda uma vida de esforço e dedicação, de amizades e camaradagem com os amigos e era bela a relação que havia entre os vizinhos. Não é fácil esquecer o dia em que fomos roubados e espoliados de tudo o que tínhamos, o dia em que os próprios soldados Portugueses (não todos), nos apontaram as armas e nos chamaram de capitalistas, fascistas, exploradores de pretos, os mesmos pretos com quem vivíamos em perfeita harmonia, que tinham trabalho, que não passavam fome, que não morriam nem ficavam amputados por minas anti-pessoais, os mesmos pretos que nos disseram antes de partir-mos ''não vás, fica aqui connosco que ninguém te faz mal '' o dia em que fomos expulsos para um país que apesar de ser a nossa pátria mãe, não era o nosso, e onde chegamos com a triste camisa de manga curta numa manha de geada, e onde fomos rotulados de ''os filhos da puta dos retornados que vêm lá das àfricas, onde andavam a explorar pretos'', o país que perseguiu os nossos filhos na escola à pedrada, o país que adoptamos como nosso e que ajudamos a crescer. Quando ouço os meninos de Huambo do Paulo de Carvalho, dá-me uma revolta e uma mágoa, uma tristeza, porque menino de Huambo sou eu também, nasci na antiga Nova-Lisboa no bairro da Calumanda. É que hoje olho para a realidade dos meninos que vivem no Huambo e pergunto: onde estão essas historias de sonho, de verdade e de liberdade???

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O domínio dos primatas do polegar.


Se a seguir á tempestade vem a bonança, o que vem a seguir á bonança?

    E dou por mim a pensar, coisa rara, «sete mil milhões de seres humanos» já me custa imaginar meio milhão em Fátima a invejar a roupa do vizinho, quanto mais sete mil milhões, sete biliões, inimaginável, é colossal. Ao pronunciar sete mil milhões, vem-me á memoria aquela cena do filme gémeos creio, com Dany de Vito e aquele austríaco, o Arnold de apelido impronunciável, quando o pequenino tenta imaginar muitos milhões de dólares ao pronuncia-los, «se-te-mil-mi-lhões-de-pri-ma-tas-ho-mo-sa-pi-ens-sa-pi-ens-se-te-mil-mi-lhões-se-te-bi-li-ões, cansa só de pensar!
    Nunca antes uma espécie animal dominou o planeta desta forma. Fascinante!
    No fim da última era glaciar estima-se que a população mundial seria de 4 milhões desta espécie de primatas, que dependia essencialmente de caça, pesca, e do que recolhia do meio ambiente, vivendo basicamente em cavernas. Dois mil anos depois sensivelmente chega a revolução agrícola, com o inicio da criação de animais e algumas culturas vegetais, dá-se a sedentarização e aparecem também as primeiras construções e a população mundial estima-se em 5 milhões. No inicio da era cristã, já em pleno auge da civilização romana, já depois do declínio dos egípcios e dos gregos, estima-se que seriamos cerca de 285 milhões, tendo esse numero baixado para 200 milhões por alturas do fim do império romano e principio da idade media.
     Com a chegada dos descobrimentos por parte dos portugueses e espanhóis primeiro e por outras potencias europeias posteriormente, no século XVI, calcula-se a população mundial em 450 milhões depois da morte de cerca de 2 milhões de indígenas na América do Sul vitimas de febre tifóide. Em 1825 começa o transporte ferroviário de passageiros e nessa altura seriamos cerca de mil milhões. No inicio do século XX seriamos cerca de 1 bilião e 600 milhões de almas, quando começaram as primeiras experiencias de voo com aparelhos mais pesados do que o ar. Em 1954 seriamos já cerca de 3 biliões quando foi criada a vacina contra a poliomielite, e três anos depois 20 milhões de chineses morrem de fome. Em 1984 em Bophal, na Índia, morrem 3300 pessoas e 20 mil sofrem outras consequências de uma fuga de gases tóxicos industriais, e a população mundial ultrapassa já os 5 biliões. Em 1999 a China e a Índia são os países mais populosos do mundo e na viragem do milénio era-mos já cerca de 6 biliões.
     As previsões apontam para cerca de 9 biliões por volta de 2040.
     Depois da revolução industrial foi um ver se te avias, a explosão demográfica foi brutal. Uma evolução descomunal dos meios tecnológicos que fomos criando, e tornando cada vez mais o acesso à educação e à saúde como dados adquiridos. Se por um lado a liberalização do acesso à educação dota um cada vez maior número de pessoas capazes de produzir e criar cada vez mais e melhor, os avanços no conhecimento da medicina produzem uma cada vez maior esperança média de vida à nascença. Há cada vez menos guerras e menos devastadoras, a medicina controla melhor as doenças e as pragas, há um maior e melhor acesso á alimentação.
    Grande parte de todo este progresso tecnológico e demográfico, começa com os descobrimentos portugueses e espanhóis, que tornam o mundo mais pequeno com a descoberta de novas rotas de transporte por mar que cobrem maiores distancias em menos tempo e de forma mais barata e menos arriscada, mas também, porque foram muitas as riquezas que foram sendo saqueadas aos povos indígenas de outras paragens, que juntamente com um sem número de novas matérias-primas que chegavam à Europa em grandes quantidades levaram á produção em massa dando origem desta forma á revolução industrial.
     Deixamos de ter um modelo económico, muito assente na agricultura de subsistência e em pequenas trocas comerciais entre países e civilizações vizinhas, muito dependente de boas condições climatéricas em que a guerra era a grande forma de enriquecimento por excelência.
     A revolução industrial centraliza a produção numa pequena parte do mundo criando cada vez mais e melhores condições de vida às pessoas que aí habitam, mas muito à custa da exploração de matérias-primas de zonas do planeta, que viram as suas riquezas naturais fugir em direcção do chamado 1º mundo onde seriam transformadas deixando aí um acumular de riqueza e de melhores condições de vida, acentuando o fosso civilizacional entre as diferentes regiões do globo.
     Tudo isto trouxe-nos um modelo económico assente num constante crescimento económico, em que os objectivos de hoje têm de ser necessariamente batidos amanha, deixando basicamente uma pequena parte da população do mundo com quase tudo e uma grande parte da população com quase nada.
     Ora é natural e aceitável que as pessoas e as regiões menos abastadas ambicionem vir a ter as mesmas condições de vida que outros que vivem com mais e melhor que elas, tornando assim a disputa pelos recursos do planeta muito mais intensa e feroz, tornando assim as matérias-primas e a energia cada vez mais caras. A juntar a isso, temos um primeiro mundo, dotado de grandes conhecimentos e avanço tecnológico, que assenta num modelo económico de crescimento constante e continuo que para alem de esgotar os recursos naturais também esgota os recursos financeiros, precisando assim de financiar o seu crescimento com um também crescente endividamento financiado pelos chamados países pobres ou em vias de desenvolvimento, que com formas de vida muito mais económicas, e pese embora produzindo menos, conseguem ter altas taxas de poupança.
     Chegamos então a um ponto em que o chamado 1º mundo, chega a um impasse em que a concorrência produtiva é enorme por parte de quem produz o mesmo de forma muito mais barata, e que também já não estão tão dispostos a partilhar recursos e a ceder as suas poupanças para financiar o crescimento concorrente.
    Ora, tudo isto trouxe-nos uma grave e inédita crise. A crise internacional das dívidas soberanas. Oiço todos os dias vindo de todos os lados do mundo que a solução para esta crise está no crescimento económico, e de que é preciso crescer para passar a crise. Ora, é precisamente aqui que começam as minhas dúvidas. Será que a solução deste problema está precisamente na causa do problema? Vejamos, um modelo que cresceu, sempre muito e de forma continuada como se estivéssemos a encher um balão, e agora que o balão está quase a rebentar vêm me dizer que a solução é continuar a soprar? Há aqui qualquer coisa que não está bem. A ver. Uma pequena parte do mundo está muito rica e endividada e vive muito bem. Uma grande parte do mundo está muito pobre mas também quer ser rica e para isso emprestou dinheiro aos ricos que o comeram e agora para pagarem dizem aos pobres que não têm dinheiro e só podem pagar se os pobres continuarem a ser pobres e eles cada vez mais ricos. Mas não é legitimo que os pobres queiram ser ricos? É. E não é legitimo que os ricos queiram continuar a ser ricos? É. Ok! Mas não me parece que isso seja mais possível.
      Primeiro: haverá riqueza e recursos suficientes no planeta para que todos possam ser ricos?
      Segundo: será a solução, que os ricos fiquem um pouco menos ricos para que os pobres fiquem um pouco menos pobres?
      Terceiro: será a solução que os ricos empobreçam para que os pobres enriqueçam?
       Ao longo dos últimos cinco séculos os agora ricos enriqueceram á custa das riquezas dos agora pobres, ora, não me parece que o chamado 1º mundo posso continuar a crescer de forma continua e indefinida, usando e abusando deste modelo económico gasto e estafado, porque se há algo que as crises nos dizem é que algo de muito mal está a acontecer e que é preciso mudar de vida.
     Quando em 2008 rebentou a crise da bolha imobiliária em alguns países, foram alguns bancos á falência. E qual foi a mudança que se fez? Deixaram de especular com imobiliário e passaram a especular coma divida dos países e com os seguros de credito desses mesmos países(CDS’s credit default swaupps). Agora são países que estão a ir á falência. 
     Espero bem que os senhores que dizem que mandam no mundo abram brevemente os olhos e mudem realmente este modelo económico caduco, gasto, velho e obsoleto, sob pena de estes agora 7 biliões de primatas levem com um meteorito económico em cima da cabeça que os leve à extinção. Onde é que eu já ouvi isto?

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

As mais belas cores do Outono!

     Finalmente chegou o Outono. Esta é uma das minhas estações do ano favoritas confesso, se bem que consigo encontrar beleza em todas elas, mas a par com a mãe Primavera, são estas as duas estações do ano que mais mudanças operam na natureza. As outras duas são mais de consolidação e de reflexão.
     É na Primavera que tudo renasce, que tudo recomeça, é quando a natureza nos mostra a sua mais pura beleza em todo o seu esplendor, de cores vivas berrantes e brilhantes, mas em termos de cores e tons, nada bate o Outono. É impressionante como em tão pouco tempo e a uma velocidade alucinante tudo muda daqueles verdes dos mais claros aos mais escuros para amarelos, castanhos, vermelhos, matizados, cinzentos e pretos, e nas encostas das montanhas todos se misturam numa amálgama de beleza imbatível. E depois é ver o frio a chuva e o vento fazer voar todas essas folhinhas pelo ar em todas as direcções vindo pintar também o chão, como se uma passadeira se estendesse à nossa frente a nos convidar a entrar neste mundo de mudança e de renovação.
     Pois parece, que a politica portuguesa também foi imbuída por este espírito outonal este ano, e houve algumas árvores de sombras frondosas que há já muito tempo assombravam certas ideias, que também este ano resolveram fazer voar as suas mais belas folhas de lindas cores avermelhadas, e, deixaram-me a mim em particular espantado e atónito com tal mudança.
     Ainda não me atrevi a criticar negativamente este novo executivo que toma as rédeas do país há pouco mais de três meses, ainda estando por isso em tempo de atribuição de benefícios da dúvida como sempre faço a quem não conheço o suficiente, mas por muito mau que seja o seu desempenho, há no entanto uma coisa que eu devo enaltecer desde já. Trata-se na mudança de discurso no seio da esquerda política e em particular do Partido Comunista Português.
      Muito me apraz observar que agora estes senhores saíram das trevas profundas da floresta verde, e por entre as folhas que começam a cair começaram a entrar uns tímidos mas brilhantes e esplendorosos raios de Sol. Agora, a toda a hora oiço esses senhores a defender o crescimento económico, a defender o mercado, a defender o acesso ao crédito, acentuando agora o seu mais ácido discurso em direcção dos bancos, da troika e da senhora Merkel coitada que está farta de pagar para esses senhores se divertirem a brincar aos partidos políticos, á democracia e às greves.
     Pois é meus senhores e minhas senhoras. Este partido comunista que nacionalizou empresas, perseguiu empresários e que sempre acertou o seu discurso contra a economia de mercado, o consumismo, os patrões esses ladrões exploradores do pobre povo indefeso, vem agora dizer que é preciso promover o crescimento económico, aumentar as exportações, aumentar a produção de bens transaccionáveis para diminuir as importações, incentivar o crédito ao consumo que nos pôs em boa verdade no estado deplorável em que nos encontramos. Mas no meio de toda esta bonança, ainda restam umas correntes de ar, é que apesar de defender a economia e o mercado, ainda continuam a chamar ladrões, exploradores, fascistas capitalistas e assassinos aos patrões e donos de empresas.
     Bem sei que não se deve pedir tudo de uma vez, por isso mesmo vou esperar pela Primavera, a ver se novos rebentos saem daquelas árvores ou se pelo contrário voltarão a continuar escondidos por trás das sombras frondosas da ignorância e do fanatismo religioso com que gerem a política.
     Para Pedro Passos Coelho, peço só à academia sueca que abra os olhos, é que por muito menos que isto recebeu o Obama o Nobel da Paz.
     Observar tal mudança de orientação no cata-vento da foice e do martelo, é o mesmo que ver o Pinto da Costa a defender o Benfica, ou que ver os palestinianos a perdoar incondicionalmente os judeus. 
     WATH A WONDERFULL WORLD THIS COULD BE!!

sábado, 29 de outubro de 2011

13º mês. Mas afinal, quem rouba quem??

O texto que se segue, é a resposta a alguém do facebook que me confrontou com uma defesa do 13º mês, ( e que por sinal já há muito tempo que circula pelas redes sociais, e que eu considero uma lamentável patranha demagoga ao bom estilo da esquerda politica portuguesa), depois de eu ter afirmado a minha opinião a favor do fim de tais regalias. Segundo o senhor, esta a é a explicação para a existência de tal subsídio. Em seguida segue a minha resposta ao dito senhor.
   Aconselha-se a leitura deste texto ao som de «industrial desiese» dos DIRE STRAITS http://www.youtube.com/watch?v=7rWuc5kar3Y
 
   Vocês ainda não perceberam que o 13º mês não é nenhum subsídio, mas sim o ordenado que nos roubam durante o ano. É um engano. Os Países que o Ministro fala recebem á semana, o que faz toda a diferença, ora vejam:
    Ordenado de 700€ x 12 meses=8.400€ + 700€ (13º mês) = 9.100€. Isto é o que se ganha aqui, incluindo o 13º mês.
Ordenado 700€ mês. O mês tem 4 semanas, significa que ganham 175€ por semana. O ano tem 52 semanas, logo: 175€ x 52 semanas=9.100€. Olha!!!! É o mesmo valor...surpreendidos????

     Caro Nuno Carneiro,
     Realmente conseguiu-me surpreender, não pelo seu raciocínio, muito menos pela pelo facto das contas estarem erradas, porque realmente as contas que fez estão correctíssimas, uma vez que 700*12=8400+700=9100. Quanto a isto nada a dizer. Creio no entanto, é que apesar de o Sr. Ser óptimo a fazer contas, é péssimo a equacionar os problemas, ou isso, ou então, fê-lo de forma propositada a fim de com isso defender a sua causa, que no entanto, nem sequer a ponho em causa, somente a respeito. Mas devo desde já dizer-lhe que a causa pode ser muito justa e válida, mas quando defendida com maus e péssimos argumentos, então não há causa que resista, qualquer uma cai por terra com um péssimo argumento, apesar de ser muito valida e justa, mas nem sequer é isso que está aqui em causa repito. O que está aqui em causa é saber quem «rouba» quem? Mas para isso é preciso fazer um pequeno trabalho, que me parece que o senhor nem sequer se deu ao trabalho de fazer, o que é lamentável, uma vez que o levou a falar de cor o que alguém lhe disse para falar e divulgar, a não ser que seja o senhor  o autor desta patranha. 
     Depois, o senhor não pode num exemplo fazer contas em dias e meses e no outro fazer contas em semanas, até porque na Europa não se ganha á semana mas sim ao mês, onde se ganha á semana é nos Estados Unidos da America por exemplo, mas lá também não se fazem contas ao mês, mas sim em semanas e total global anual. Senão, corre o risco de enganar as pessoas como fez ainda ontem aquele senhor de bigode do sindicato dos professores, quando dizia primeiro que este orçamento de estado fazia uma redução de despesa na educação de 4,6% do PIB para 3,7% do PIB, e a seguir diz que isso é um corte de 1 300 000€.  Então porque é que primeiro fala em termos relativos e depois falou em termos absolutos? Porque não disse que o corte era de 0,9% em relação ao ano anterior? Pura retórica sofista, iludir em favor da causa que defende as pessoas que o ouvem.
    Vamos lá então: se o senhor for ao calendário de 2011 e 2012, e se se der ao trabalho de contar os dias úteis, tirando feriados e fins-de-semana, constatará que ambos têm 252 dias úteis, que na verdade são só 251 uma vez que todo o Concelho tem um feriado Municipal, mas que também pode calhar ao fim de semana, por isso vamos assumir os 252 dias úteis de trabalho efectivo anual ( e excluamos também as pontes e tolerâncias de ponto, e os 24 e 30 de Dezembro que muitos «ladrões» como o senhor lhe chama, oferecem ás suas «vitimas». Como o senhor também sabe ou devia saber não há meses com 35 dias, é que o senhor também diz que há meses com 5 semanas, uma semana tem 7 dias e 7*5=35, ora não conheço mês nenhum com 35 dias, se verificar bem, também constatará que em virtude da localização dos fins-de-semana e dos feriados há meses com menos dias que têm mais dias úteis e vice-versa.Como o senhor também sabe, ou devia saber, o salário mensal, para efeito de contabilização de dias de falta ao trabalho, é sempre descriminado no recibo como respeitante a 22 dias de trabalho. Mas se dividir os 252 dias úteis anuais por 12 meses constata que todos os meses o patrão já lhe paga um dia  a mais por mês, 252/12=21. Se dividir o valor de salário mensal por 22, 700/22=31,818181818181818181818181818182, que é o valor diário do seu salário, e se multiplicar esse valor por 252 dias que trabalha efectivamente por ano, =8018,1818181818181818181818181818, mas o senhor recebe 8400€ lembra-se? Repare que 31,818181818181818181818181818182 vezes 264=8400€. Olha, surpreendido?? É o valor anual que o senhor recebe! 700*12=8400, ou seja, por ano e antes do subsidio de natal já recebe 381,181818…. € a mais. Ah, mas estou-me a esquecer de um pequeno pormenor senhor Nuno, é que a esses 252 dias úteis anuais á que retirar os 22 dias de férias, ou seja, na verdade as contas são feitas a 252 mas o senhor só trabalha 230.Agora se o Passos Coelho lhe quiser dividir o subsídio de ferias e de natal no seu salário mensal, já sabe como deve fazer as contas para o patrão não o roubar, é que agora, o ladrão não é o seu patrão mas sim o senhor e os outros empregados, e mais, também deve notar que por 381€ o seu «ladrão» pode perder um negocio que põe comida na sua mesa e da sua família.
  Eu nunca fui bom a matemática, sou apenas um cidadão comum que aos 6 anos já guardava cabras e ovelhas, e nessa altura aprendi que as cabras são muito mais difíceis de guardar que as ovelhas, e sempre que as cabras fogem da pastagem, nem sempre a culpa é do pastor, nem sempre é da vedação, é que as cabras são mesmo inteligentes, já as ovelhas são muito mas inteligentes ainda, onde as pomos no primeiro dia, é sempre onde ficam nos dias seguintes. Tudo depende da utilização que fazemos da nossa inteligencia.
     Quer me parecer que os portugueses nem são cabras nem ovelhas, são antes uma espécie de «cabrelhas», são cabras quando querem, e quando lhe dá jeito também sabem ser ovelhas. Da mesma forma, eu, ás vezes também me faço de parvo, não quer isso dizer no entanto que eu seja efectivamente parvo.
    Agora, um pouco fora de tudo isto, fico triste, muito triste, e ás vezes até mesmo desiludido e frustrado com este país, quando ouço na comunicação social esses senhores dos sindicatos e certos dirigentes políticos, que têm mais tempo de antena que ninguém, chamar literalmente ladrões, exploradores, capitalistas, assassinos e outras coisas mais aos patrões deste país. Não estou com isto a defender patrões ou trabalhadores. Digo apenas é que é muito fácil estar sempre contra tudo e todos muito antes mesmo de ouvir sequer as pessoas, é que desta forma, nunca dialogando nem nunca respeitando a ideia de ninguém conseguem sempre ter motivo para dizer mal e dessa forma usufruir de tempo de antena para satisfazer a agenda politica de quem toca os cordelinhos das marionetas. Ou devo antes dizer ovelhas? Fico triste, por da mesma forma que têm votado e acreditado em políticos incompetentes e corruptos que nos roubam em troca de umas migalhinhas que nos vão deitando ao chão, também há muita gente que continua a acreditar em patranhas e utopias demagogas e obsoletas, que nada mais fazem que continuar a eternizar a ignorância de quem nelas acredita e segue.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A Justiça dos Homens



''Não se deve responder à injustiça com a própria injustiça, pois não nos é permitido se injustos.''
(Sócrates)

     Há alguns dias atrás, foi condenado um cidadão português, Henrique Sotero, mais conhecido por ‘’o violador de Telheiras’’, a 25 anos de prisão efectiva, pena máxima aplicável em Portugal. Henrique Sotero foi considerado culpado de 71 dos 73 crimes de que era acusado. Foi dado como provado que o engenheiro de telecomunicações cometeu crimes de violação, sequestro, roubo, coacção, ameaças ou ofensas corporais contra 16 vítimas: duas eram do sexo masculino, as restantes 14 eram do sexo feminino, e tinham entre 13 e 22 anos. Sotero, foi ainda condenado ao pagamento de indemnizações no valor total de 170 mil euros. As seis vítimas que o requereram serão indemnizadas com valores entre os 20 e os 35 mil euros.
    Primeira pergunta: quem vai pagar as indemnizações? O condenado tem posses e bens que o permitam fazer, ou as vítimas vão esperar que ele saia da prisão para ganhar dinheiro que o permita pagar o dito valor? É que só na segunda opção compreendo que o dito senhor não seja acusado a prisão perpétua, ou até mesmo a pena de morte, não se fosse dar o caso de em Portugal, este país de brandos costumes, que não se cansou de matar chefes de estado no século XX, nenhuma dessas penas ser possível.
    Em 1852, é abolida para crimes políticos a pena de morte em Portugal, (artigo 16º do Ato Adicional à Carta Constitucional de 5 de Julho, sancionado por D. Maria II).
    Em 1867 é abolida para crimes civis, excepto por traição durante a guerra,  (Lei de 1 de Julho de 1867). A proposta partiu do ministro da Justiça Augusto César Barjona de Freitas, sendo submetida à discussão na Câmara dos Deputados. Transitou depois à Câmara dos Pares, onde foi aprovada. Mas a pena de morte continuava no Código de Justiça Militar. Em 1874, quando o soldado de infantaria nº 2, António Coelho, assassinou o alferes Palma e Brito, levantou-se grande discussão sobre a pena a aplicar.
    Em 1911 é abolida a pena de morte para todos os crimes, incluindo os militares.
    Em 1916 é readmitida a pena de morte para traição em tempo de guerra.
    Em 1976 é abolida totalmente a pena de morte em Portugal quando a Assembleia Constituinte, reunida na sessão plenária de 2 de Abril de 1976, aprova e decreta a Constituição da República Portuguesa, da qual o Artigo 24º decreta assim.
    Direito à vida
          1. A vida humana é inviolável.
          2. Em caso algum haverá pena de morte.
    Já vem de longe a nossa incapacidade de resolver as coisas bem e depressa, nesta questão em particular demoramos apenas e só, 124 anos a resolver o problema de uma vez por todas.
    Quanto à pena de prisão em Portugal, o limite máximo da pena é de 25 anos, não podendo este ser excedido em nenhum caso. Com a Reforma Penal de Sampaio e Melo em 1884, Portugal tornou-se a primeiro país do mundo a abolir a pena de prisão perpétua. Curioso como resolvemos o problema de prisão perpétua muito melhor e mais rápido do que o da pena de morte.
    Para os cidadãos da Antiga Roma, a pior pena que se podia aplicar a alguém era a privação física da liberdade, os cidadãos romanos não conseguiam simplesmente conceber tamanha tortura e atrocidade a um ser humano, (os escravos não eram considerados seres humanos, mas sim objectos de posse), sendo dessa forma o exílio da cidade de Roma, a pena máxima a aplicar, sendo mesmo considerada pior que a morte, e que a pena aplicada a condenados por parricídio (eram metidos dentro de um saco fechado juntamente com um cão um gato e uma cobra).
    Actualmente, no Canadá, a prisão perpétua é obrigatória em caso de assassinato. O período mínimo para a liberdade condicional é de 25 anos para assassinato em primeiro grau, e de dez anos a 25 anos para assassinato em segundo grau. Na Grécia, a "prisão à vida" dura 25 anos, e pode-se pedir liberdade condicional depois de dezasseis anos. Na Alemanha, o período mínimo de "prisão à vida" é de 15 anos, podendo após esse período ser pedida a liberdade condicional. Na Polónia, o indivíduo sentenciado à prisão perpétua deve ficar preso pelo menos 25 anos antes de poder pedir uma liberdade condicional. Em Itália, a prisão perpétua (ergastolo em italiano), tem uma duração indeterminada. Depois de dez anos, o prisioneiro pode receber o direito de sair da prisão durante o dia (precisando voltar à noite). Depois de 26 anos pode pedir a liberdade condicional. Na Suécia, a prisão perpétua tem tempo indeterminado, na prática jamais inferior a dez anos.
    Pessoalmente, tenho serias dúvidas entre escolher prisão perpétua ou pena de morte, mas 25 anos é brincadeira. O Artigo 25.º da nossa Constituição diz relativamente à integridade pessoal que:
1. A integridade moral e física das pessoas é inviolável.
2. Ninguém pode ser submetido a tortura, nem a tratos ou penas cruéis, degradantes ou desumanos.
    Por seu turno o numero 1 do Artigo 27º diz que: Todos têm direito à liberdade e à segurança.
''A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua. Existem homens presos na rua e  homens  livres na prisão . É uma questão de consciência.''
 (GANDHI)
    Custa -me a aceitar que um crime de sangue saia impune com 25 anos, ou pior ainda, que seja tão grave matar uma pessoa ou matar 20 ou 30. Um massacre como o que assistimos recentemente em Oslo, em Portugal passa com 25 aninhos. Aceito que se equipare uma violação a um assassinato em termos de ética moral. Mas em termos penais não. Uma vítima de violação continua a poder lutar e defender o que é seu, mas uma pessoa que morre acaba ali. Os filhos de uma vítima de violação podem continuar a contar com o seu progenitor, um órfão não. É claro que pôr fim a uma vida por esta ter posto fim á vida também, é responder à injustiça, com a própria injustiça, o que não deixa de ser injusto, pelo que a privação da liberdade física me parece ser de todos o mal menor. Mas também confesso que me faz uma certa confusão que alguém que põe fim a uma ou a várias vidas de forma consciente e premeditada possa sair em liberdade após 25 anos ou até menos, ou como no caso do nosso violador, que depois das atrocidades cometidas, possa estar por aí a passear-se alegremente entre nós dentro de uma dúzia de anos. Há no entanto uma situação em que eu aceitaria uma pena de 25 anos para crime de sangue: desde que esta pudesse ser acumulada em caso de condena por mais do que um crime.
     As sociedades mudam, evoluem e adaptam-se, mas creio que para quem demorou tanto tempo a abolir a pena de morte de forma definitiva, fomos definitivamente rápidos demais a respeitar a Vida, de quem a Vida despreza. 

domingo, 18 de setembro de 2011

As contas da crise


    Não deixa de ser engraçado, depois da tomada de posse deste novo governo, a onda de protesto e contestação que se levantou por parte da população mais afecta a ideologias de esquerda, seja lá o que raio isso é. É também engraçado que se critique esse mesmo governo, quando este nem dois meses de posse tem, ainda nem lhe tinham dado tempo de arregaçar as mangas e já lhe tinham caído em cima, acusando-os do estado calamitoso em que o país se encontra.
    Nunca é de mais lembrar que o estado em que este governo apanhou a boleia do poder foi o da banca rota técnica, não foi de banca rota efectiva porque o governo anterior foi como que obrigado a fazer um pedido de resgate financeiro às instituições internacionais, quando um mês antes tinha dito que isso não seria necessário, e depois já só havia dinheiro para salários até ao final de Maio, caso contrário já as pessoas que continuam a refilar, não tinham comida para por na mesa dos filhos, é que parece-me que as pessoas não têm bem a noção do que significa uma banca rota, e se até hoje não o sabem, é talvez porque Portugal ocupa uma posição estratégica no contexto mundial, e como tal as grandes potencias não têm interesse nenhum que isso aconteça, caso contrário podíamos muito bem ser a Argentina da Europa.
     Também é sabido que esse resgate deveria ter sido feito dois anos antes, tendo dessa forma poupado muito dinheiro em juros, e sacrifícios à população. Mas a pergunta que se impõe é se haveria condições políticas para o fazer? O governo socialista se o fizesse, reconhecia a sua incompetência governativa, mas revelava ao mesmo tempo um colossal sentido de Estado, que poderia até mesmo levar ao perdão deste povo de brandos costumes que mais políticos e chefes de estado assassinou no século XX.
     Depois das eleições de 2009 o PSD passou a deter o poder de deitar o governo abaixo ao recusar qualquer um dos famosos PEC’s, bem como os orçamentos de Estado. Mas se o fizesse, deixava que o PS se escapasse impune das responsabilidades que tinha da péssima governação que tinha vindo a levar a cabo, arriscando-se mesmo assim a ganhar as eleições novamente. Desta forma, parece que o PSD foi também conivente no arrastar da situação, percebendo que essa seria a única forma de chegar ao poder, obrigando o PS a comprometer-se com o acordo de ajuda externa, e tentando assim arrasta-lo consigo num acordo pós eleitoral.
    Mas depois das eleições o que acontece? O sr. Sócrates sai de mansinho e sem estrilho pela porta das traseiras, até porque tem o rabinho entalado em muita coisa que não lhe interessa de que se fale. O PS elege um novo secretário-geral, e muda o cata-vento a 360º graus. Eu não tenho nada a ver com isto, nós não estamos comprometidos com isto, nós trouxemos a banca rota ao país mas isso não conta nada, até porque o que conta não é o passado, muito embora o assumamos, mas o que conta é o futuro, e o péssimo caminho por o qual este governo nos está a conduzir, nós somos aqui del Rei o grande e único protector do povo a quem andámos a roubar durante os últimos 15 anos, nós somos os únicos que sabemos o que é, e que defendemos o estado social, o SNE, e a educação pública, resumindo, nós somos quem sabemos tudo, fazemos tudo melhor que todos, incluindo a descobrir os auspiciosos caminhos da banca rota.
    Posto isto, este inteligente povinho, embarca naquela lengalenga, de que os políticos são todos uns gatunos e incompetentes (e alguns são-no realmente), mas como incompetentes que são, têm a obrigação de governar de forma competente, e logo ao fim de dois meses. Eu tenho a minha casa toda desarrumada, mas ainda antes de começar a arrumar, já me estão a acusar de ser um calão incompetente, de não ser capaz de arrumar nada, e pior, quem me critica também não sabe como se arruma, mas não pára de dar palpites e ordens como se soubesse muito bem do que fala, mas quando se lhe pede que arrume ou ensine como se faz, - não não, eu sei como se faz, mas não te digo, tu é que tens de fazer.
    Depois temos aquela oposição que não se opõe por saber fazer melhor, ou porque tem ideias melhores, mas faz oposição de dizer mal e bota abaixo, simplesmente porque tu não prestas e eu é que sei e eu é que sou o bom, quando lhe perguntam porquê? A resposta natural é: - Porque sim!
     Um conhecido humorista da nossa praça, um dia destes publicou numa das suas crónicas que faz regularmente para um conhecido órgão de comunicação social da também nossa praça, e com a graça que lhe é tão merecidamente reconhecida, que Portugal é hoje um país do norte, «vive como no norte de África e paga impostos como no norte da Europa». Mas acerca disso também é preciso não esquecer que Portugal durante os últimos vinte anos, já era um país do norte, visto que vivia no norte da Europa, com rendimentos e produtividade do norte de África.
     Ora, eu sempre ouvi dizer que ninguém dá nada a ninguém, como tal, as dívidas têm de se pagar, senão somos acusados de ser vigaristas e caloteiros. Ora para pagar essas dívidas vamos ter de continuar a ser um país do norte, pagar impostos como no norte da Europa, viver como no norte de África, produzir como no norte da Europa, e poupar como no norte da China, mas parece que, a julgar pela onda de contestação que se aproxima, que preferimos ser como os do norte de África. Eu por mim já me contentava se os portugueses, soubessem de uma vez por todas ser portugueses, e que soubessem ocupar o seu lugar de uma forma ponderada, sensata e inteligente, que deixassem de pensar tanto no seu umbigo e começassem apensar mais no futuro dos seus filhos.                
    A julgar pelo discurso da contestação, basicamente o que certas pessoas querem, é manter todas as mordomias que tinham e que nos trouxeram até aqui, e não ter que fazer sacrifícios. Querem que o estado lhe providencie tudo, mas não querem pagar impostos, exigem que o governo faça cortes, mas depois queixam-se que ficam sem emprego, e com menos serviços do que tinham antes. Lamento informar, mas não é possível fazer ajustamentos económicos sem sacrifícios, e quanto maior for o desajuste maior serão os sacrifícios, quanto mais tempo demorar o ajuste, maior será o sacrifício.
    Foi e continua a ser grande a contestação ao aumento do IVA da electricidade e do gás, só para dar um exemplo. A crítica é feita como se, se tratasse de um crime de lesa-pátria, mas é sabido que o aumento estava previsto e garantido há muito, o governo o que fez foi antecipar em 4 meses essa medida. Em relação a isto vamos fazer umas continhas simples. Tomemos como exemplo uma família que gasta 50€ de electricidade, até agora sobre esses 50 € pagava 6% de IVA, ou seja 3€. Com o novo aumento do IVA passa a pagar 23%, ou seja 11,5€, um aumento de 8,5€. Tendo em conta que o preço um maço de tabaco dos mais baratos deve rondar os 3,5€, e que se um fumador fumar 1 maço por dia, bastam-lhe dois dias e uma manha sem fumar, para pagar esse aumento de impostos. Uma pessoa que costume tomar o pequeno-almoço no café, basta-lhe menos de uma semana a tomar o pequeno-almoço em casa com a sua família para poupar esse aumento de impostos. O mesmo se aplica, á cerveja e aos caracóis que se tomam mais os amigos depois de sair do trabalho, dos telefones e custos de chamadas para os filhos adolescentes, para as idas ao futebol, para as trocas de transportes públicos pelo automóvel, pelas saídas á noite, para as deslocações a pé ou de bicicleta ao café, etc. Etc. Etc. Em Portugal vejo as pessoas com hábitos e formas dispendiosas de vida, que não vejo em países esses sim do Norte da Europa fazerem.
    Entristece-me que um país que sente tão grande orgulho e patriotismo pelos jogadores da bola, pelas medalhas nos jogos olímpicos, pelos seus recordes do livro do guinesse cada um mais parvo e estúpido que o outro, o seja tão pouco quando se trata de lutar pelo bem-estar da sociedade, pelo bem comum, e mais importante que isso tudo, pelo futuro dos seus próprios filhos.
    Haja Pachorra!!!! 

sábado, 10 de setembro de 2011

A essência do cromossoma original

Confesso que já me começa a cansar e a enjoar toda esta treta do 11 de Setembro.

 Onde estava no 11 de Setembro? Ai os memoriais, as pessoas coitadinhas que morreram nos aviões e que se atiraram, e os bombeiros, um massacre, o mundo mudou, quase 3000 mil pessoas morreram.....bááááááá..........


Será que o mundo mudou assim tanto com o ataque de 11 de Setembro? Não me parece. Está tudo como estava antes. O ser humano continua egoísta como sempre, luta sempre pela sua sobrevivência, e para ter sempre mais e melhor, continua a pagar o mal com o mal, dente por dente e braço por duas pernas quando não é o corpo todo. 




A América vai por esse mundo fora á procura de crescimento, quem negoceia eles compram e vendem, quem não negoceia eles matam, os filhos dos mortos vingam-se, mas os EUA não se importam, desde claro, que não seja em sua própria casa, muito menos no escritório. Vai dai, fazem a guerra contra o terror, mas na verdade é contra os que se opõem aos seus interesses. Engraçado como nesta época natalícia todos somos bonzinhos e solidários, mas é só das 8 horas do dia 24 de Dezembro até as 16 horas do dia 25, depois já não há mais solidarismo. Agora anda tudo muito nostálgico com o 11 Setembro, mas durante os outros 364 dias do ano, não vejo ninguém a chorar as dezenas de cidadãos inocentes que tiveram o azar de as mães os parirem dentro do arame farpado errado, e que morrem todos os dias às dezenas e centenas, apenas por vingança e capricho e interesses daqueles que os matam e massacram todos os dias.

 O mundo está na mesma amigos. 

Num confronto em Persepoles, o exército de Alexandre esmagou o exército de Dário. Mais de 100 mil pessoas morreram em 2 dias. Em Canas, Aníbal massacrou um exercito de 80 mil romanos, 20 anos depois em Zama, os romanos vingaram-se e massacraram Aníbal, mais de 60 mil morreram num dia, e a historia repete-se continuamente ao longo de séculos e milénios. Civilizados? my ass....Continuamos agarrados aos cromossomas da selvajaria, afinal somos apenas animais, super predadores...


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

É em Ti que penso


Quando as aguas correm
Penso em ti
Quando o vento foge
Penso em ti
Quando o tempo escolhe penso em ti
A natureza manda
E com força penso em ti
Se serás tu que anda?
A pintar o bom momento
Vivo e encontro
Beijo e abraço
Sinto o calor
O beijo, e aperto
Acalmo a dor
E sinto paz, sinto-te a ti
Porque também sentes
Porque também pensas e abraças
E beijas e voas com o vento
E somos ar e luz
Energia pura, e respiro
E penso, não em ti
Penso em nós
Qual força única e forte
Saudável e leve
E penso em ti
A vida corre, mas ate ao final
Tenho a companhia
Tenho a energia
E o teu abraço
Forte, quente, húmido, ternamente, carinhoso
Loucos, irracionais
Mas penso
E penso
Na agua
No vento
E penso
E és tu doce flor
Doce tu
Doce sorriso que voa
E em meus lábios ecoa
És tu em quem penso…

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Verdade escondida


A verdade de cada um, nada tem a ver com a verdade da Razão

     Sabem quando é que 2+2=5? Quando a conta está errada. E com este pressuposto, a afirmação de que 2+2=5 passa a verdadeira, não deixando contudo de ser falso que 2+2=5. A Verdade Universal, diz-nos que 2+2=4, e essa é, a verdade da Razão, apenas, porque está isenta de pressupostos humanos, porque sempre que o ser humano pressupõe algo, geralmente faz asneira, o mesmo é dizer, altera a Verdade Universal, transformando-a na verdade de cada um de nós.
     Tentem imaginar dentro das vossas mentes, a imagem de um lago, de águas límpidas e cristalinas, em que a superfície não se move absolutamente nada, lago esse rodeado de um deserto de areia, de areia amarela, não de uns grãos de areia mais amarelos ou mais escuros, mas de grãos de areia todos da mesma cor sem excepção, uma superfície de areia completamente lisa e plana, onde nada acontece, nada se move, nada se altera. Este é o cenário da Verdade Universal.
     Dentro deste cenário, imaginem então que surge uma pequena brisa de ar, que levanta tão-somente um ínfimo grão de areia e a desloca para a superfície da água, e com este pressuposto, alteramos já o cenário da Verdade Universal, tanto do lago como do deserto. Imaginem que a brisa ligeira se torna agora numa aragem mais forte, e mais grãos de areia se elevam, caindo uns no lago outros no deserto, mudando assim de sítio, alterando a forma lisa e plana do deserto, e fazendo mexer a superfície do lago, e imaginem ainda que essa forte aragem se torna em vento, em vento forte e por fim numa tempestade, o deserto deixou agora de ser plano e tem dunas de areias umas mais movediças que outras, a superfície do lago tem agora ondas e deixou de ser límpida e cristalina. O cenário deixou assim de ser a Verdade Universal de um plano de água e areia, passou a ser o cenário da Verdade da água, areia e vento, sob a influência de uma tempestade de pressupostos.
     Podemos continuar assim, se o desejar-mos, a incluir pressupostos nos nossos sucessivos cenários, alterando sempre assim a Verdade pessoal de cada um dos cenários, na verdade pessoal do cenário que se lhe segue, mas a Verdade Universal de cada um dos elementos continua lá escondida, apenas está distorcida por de trás da verdade pessoal de cada cenário.
     Eu acredito num cenário de Verdade Universal, em que um deus cria um mundo perfeito á sua própria imagem, mas acontece que depois esse mesmo deus altera os pressupostos, deixando esse mundo de ser em si uma Verdade Universal, para se tornar apenas num reflexo dessa imagem,e isso é algo em que já não posso acreditar.
     Hoje em dia, neste mundo global em que lutamos pela sobrevivência da espécie, somos bombardeados constantemente por pressupostos, que alteram as verdades que conhecemos, a Verdade Universal que julgamos conhecer, mas que na verdade, não passa apenas da nossa própria verdade pessoal. E é no fundo por isso que existem pessoas teimosas, que defendem até á exaustão as suas verdades pessoais como se fossem Verdades Universais. São pois essas pessoas, de todas, as que menos próximos estão da Verdade Universal. Para atingir essa mesma Verdade Universal, é preciso retirar do cenário, todos os pressupostos que se somaram á equação, mas dado que a equação (a que alguns chamam de’’a formula de deus’’), já foi criada há tanto tempo, que muitos foram os pressupostos que sucessivamente se foram sobrepondo. Algo me diz que nos estamos constantemente a afastar da Verdade Universal, a menos que, deixemos de sobrepor novos pressupostos em cima da equação original, e, ao mesmo tempo, tentemos identificar quais são os elementos que fazem parte dos pressupostos, e quais os elementos que fazem parte da equação original, nunca conseguiremos nos aproximar da dita Verdade Universal.
     Não é por eu afirmar com um ar muito convicto e argumentos convincentes numa primeira análise, de que o cristianismo é que é verdadeiro, que o torna realmente verdadeiro, da mesma forma, não é por defender com a minha vida de que o comunismo é bom e o capitalismo mau, que isso faça de um ou do outro a verdade suprema. É que toda e qualquer afirmação que possamos fazer nesse sentido, não está isenta de pressupostos, muitos e aos molhos, pressupostos esses que alteram a percepção que temos da Realidade. Ora, sem uma total abstenção de complexos, preconceitos, estereótipos, e outros tipos de pressupostos, fica difícil uma análise cuidada e realista daquilo que pretendemos que se aproxime o mais possível da Verdade Universal.
     Todos nós devemos funcionar nas nossas análises da realidade, como um filtro, tentando separar aquilo que é realmente a Verdade, daquilo que nos querem fazer impingir como sendo verdade. Por isso continuo a defender, que a melhor aposta que qualquer sociedade pode fazer na sua busca do sucesso, é a da educação e formação dos seus cidadãos, porque quanto melhor estes estiverem preparados para distinguir os pressupostos, mais clara e verdadeira será a percepção que tem do mundo em que vivem.
    Já dizia o grande Aristóteles, «se penso, logo existo». O que não significa que todos os que existem, pensem de Verdade. Mas fazer o quê? Pressupostos!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Profecia da desgraça.


 Sempre ouvi dizer que quem esta mal muda-se, e as coisas estão-se a por realmente mal, e aí é que as pessoas vão começar a abrir realmente os olhos, a necessidade promove o engenho, temos de começar tudo de novo outra vez.Dia 15 de Outubro vai haver uma grande manifestaçao entre Portugal e Espanha da chamada geraçao á rasca.Vão-se manifestar, ok mas vão reivindicar o o que afinal? Não consigo perceber, é que devo ser mesmo burro. eu nao tenho emprego, eu sou precário, abaixo os políticos, abaixo os chulos e os corruptos, abaixo o capitalismo, envergam-se umas t-shirts do Cheguevara e do Bob Marley, fumam-se umas brocas. Geração á rasca my ass. Geração de tótós 



     Nos anos 60 do século passado houve muitas manifestações que mudaram o mundo. Direitos humanos, racismo, o voto para as mulheres. Coisas fundamentais e estruturantes, mudanças de mentalidades e de paradigmas. Sinceramente não me parece que seja isso que esta aqui em causa neste momento. os jornalistas vão á manifestação entrevistar um activista, e  ele não sabe dizer nada, nem sequer consegue explicar de forma consistente o que está ali a fazer.

Nos anos 60 era preciso mudar o mundo. hoje somos nós que nos temos de adaptar ao mundo. Vejo as manifestações no norte de África e médio oriente, e essas sim têm razão de ser. Quando aqui a geração está á rasca, aqueles pobres diabos estão muito mais que fodidos e mal pagos.

Temos de olhar o mundo de uma forma realista e constante, porque o mundo muda mais num dia que mudava antes em 100 anos. Vejam bem o que se passa á vossa volta, crise economica e financeira no mundo ocidental, revoltas contra regimes totalitaristas em África e médio oriente, êxodo migratório de África Ásia e america latina rumo aos países industrializados, eminente colapso financeiro das maiores economias do mundo, e se hoje a Europa e restantes países da OCDE têm o nível de vida que têm, é graças á exploração massiva dos recursos de países sub-desenvolvidos governados por ditadores que ficam com a riqueza e deixam o povo passar fome, mas as pessoas desses países também aspiram a  viver como nós, e têm todo o direito de o exigir. Acham que há recursos no planeta para sustentar tanta gente? Com o respectivo aumento demográfico que isso causa, e manter esse nível de vida igual ou superior ao que temos??? em 2008 faliram 2 ou 3 bancos nos estados unidos e Inglaterra, e isso trouxe-nos ate aqui. neste momento são estados, países que correm o risco de falir. Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália, França, Suécia, Bélgica, estados unidos da americia, (estão tecnicamente falidos), a própria china vai atrás se alguns destes forem abaixo.Conseguem imaginar as consequências deste cenário?

Aquando da crise de 2008, foi notório que o modelo económico que se tinha vindo a seguir estava esgotado, o que se deveria ter feito? Mudar de modelo, mas as mentalidades não mudam assim de um dia para o outro, continuou-se a investir em especulação, não imobiliária mas desta vez em dividas soberanas, é tal a dimensão da catástrofe que se avizinha que os super ricos já dizem que se calhar é melhor começarem a pagar a crise também, porque o risco que eles tem de ficar sem nada é real. Acham mesmo que a solução da crise está no crescimento económico como até aqui? crescer quanto e até quando? Consegue o mundo inteiro crescer economicamente por tempo indefinido? Não me parece...

Temos de partir para um novo modelo económico no futuro, mas isso não é algo que se faça a régua e compasso em cima de um estirador, e muito menos no escritório de meia dúzia de advogados e economistas.

Vai haver grandes crises ainda mais graves, pode mesmo haver guerras, e o Homem vai-se adaptar e vai resolver todos esses problemas como sempre faz.pelo menos é essa a minha profecia, até porque nem só de desgraça vive o Homem.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

De cigarros e da Ignorância!


    Aqui fica mais um tesourinho de autoria do autor, algures durante o decorrer do ano da graça de 1985. Se ficarem surpreendidos com a profundeza de tamanha reflexão em tão tenra idade, lembrem-se que aos seis anos de idade já o autor questionava a teoria criacionista do Universo.

Será o cigarro um companheiro ou um acto banal, será ele um assassino ou simplesmente um amigo, será um acto de imitação ou o resultado de uma imaginação e criatividade única?
    Muitas são as vezes em que eu me pergunto acerca daquilo que pode levar um indivíduo a pegar num cigarro ou a aceita-lo e por conseguinte a fuma-lo.
    É bem verdade que um cigarro nos faz companhia quando nos encontramos sós, ou muito simplesmente quando não nos encontramos bem com nós próprios, isto é, quando existe algo que nos perturba psicologicamente, na medida em que o ser humano é complexo ao ponto de se deixar influenciar pelos sentimentos dos outros indivíduos ou pelos seus próprios sentimentos, e, é aí que o cigarro nos aparece para nos fazer esquecer o problema que nos atormenta, aquilo que qualquer bom amigo faria se estivesse por perto, sendo assim também é o cigarro um pouco amigo, mas não tanto amigo assim, já que todos nós sabemos que o cigarro prejudica gravemente a saúde.

    Agora uma reflexão mais actual.
    Todos devem estar recordados de há uns tempos atrás ter surgido um surto da bactéria e-coli numa região alemã, mais concretamente na baixa Saxónia. As autoridades alemãs suspeitaram de inicio que a origem do surto poderia se encontrar em pepinos e tomates importados de Espanha. Pese embora nenhuma destas suspeitas se ter confirmado, pese o  esclarecimento das autoridades espanholas e portuguesas de que as variedades hortícolas em causa não serem comercializadas em Portugal, verificou-se um quase boicote total por parte da população aos produtos hortícolas, tudo isto ao mesmo tempo que a epidemia ainda se encontrava restrita a essa região especifica da Alemanha, sendo que os casos existentes em outras regiões ou países, se verificarem em indivíduos que se tinham deslocada à Baixa Saxónia.
     Já há alguns anos que em Portugal, e também no resto da União Europeia que as embalagens de tabaco dizem claramente em letras escura e garrafais, ''FUMAR MATA''. Todos sabemos que fumar provoca doenças cancerígenas e cardiovasculares, e de que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal, mas que diabo, ainda não vi um boicote ao tabaco como o que fizeram ao raio dos tomates e pepinos. QUE POVINHO MAIS BURRO!!!!.