segunda-feira, 20 de abril de 2015

A ditadura parlamentar.

Este país é ou não é um mimo?
Só no ano passado,  a autoridade tributária portuguesa abriu 18000 processos crime a contribuintes. A sua congénere norte americana abriu 1500.
Portugal tem um universo de cerca de 10 milhões de contribuintes.  Os EUA 360 milhões.

Ora, no país onde o Estado constantemente viola a constituição,  invertendo o ónus da prova no combate à evasão fiscal,  também o tribunal constitucional chumbou um projecto de lei que pretendia combater a corrupção, porque precisamente violava o dito ónus da prova.
O estado está assim autorizado a violar a constituição. O comum do contribuinte não.
O mesmo estado, que tão eficazmente combate a evasão fiscal sob o método, penhora agora, pagas e reclamas depois, sem que haja culpa formada ao contribuinte,  é o mesmo estado que oito meses depois do afundanço do maior banco privado,  ainda não conseguiu constituir arguidos no processo.
Uma comissão parlamentar de inquérito, ministério das finanças,  CMVM, banco de Portugal,  Ministério Público.  Nenhum ainda conseguiu encontrar culpados. Ou tão pouco suspeitos.
No entanto,  quando aparece um cidadão que diz que sabe o que se passou e que sabe quem são os culpados, convocam-no a prestar esclarecimentos na comissão parlamentar de inquérito,  e fica tudo espantado por o senhor apenas apresentar umas quantas listas com nomes, redigidas por si próprio.
Não!! A sério, estavam à espera de quê?  Que fosse Paulo Morais a emitir um mandado de busca e captura, e fosse a casa buscar e interrogar os suspeitos? Que os julgasse e pusesse atrás das grades?
Ele disse onde deviam procurar. Gozaram com Paulo Morais, não por ele apresentar uma simples lista. Gozaram com ele porque todos estão fartos de saber o que ele sabe. Ele serviu apenas de bobo de serviço.

Na Suécia,  existe uma lista vip. Ao contrário da nossa, não serve para proteger os dados dos vip. Serve para controlar diariamente até à exaustão cerca de 5000 contribuintes.  Contribuintes que são passíveis de promover corrupção, porque  ocupam cargos de decisão de topo, tanto nos negócios públicos como privados.
Em Portugal,  um contribuinte que não paga o selo de um carro que já não circula há dez anos leva com uma penhora e um processo crime sumário e à revelia, sendo apenas notificado após a decisão.
Em Portugal,  aqueles que levam bancos e empresas à falência,  e até o próprio Estado, pavoneiam-se por aí alegremente a gozar com o pagode.

À classe política serve o actual sistema de controlo exaustivo das massas. Quanto mais o Estado controlar, mais dinheiro os políticos movimentam. Maior é o seu poder de comprar votos. Mas as pessoas tendem a esquecer que estão a ser compradas com o seu próprio dinheiro.
Isto não é um estado de direito. Isto é uma ditadura parlamentar, onde os cidadãos só têm a liberdade e os direitos que a classe política e dirigente lhes permite ter.
Se no Estado novo o Povo era controlado ao ser-lhe retirado toda e qualquer possibilidade de ter e expressar a sua opinião politica, agora pelo contrário,  temos a liberdade de insultar os políticos,  mas é só isso.
Vivemos a ditadura das rendas garantidas, dos preços concertados, dos impostos, do pagas primeiro reclamas depois, das hipotecas, dos sindicatos, dos interesses instalados, dos políticos profissionais que tudo fazem para garantir o emprego.
Um Estado que não deveria custar mais de 30% do PIB, custa 55%.
Mais de metade do que o país produz, vai directamente para as mãos dos que nada produzem. Chamam-lhe Estado Social. Prometem às massas que menos têm que lhe vão redistribuir o que tiram aos que mais têm.  Esquecem, é que são os que menos têm,  que na realidade estão a garantir as rendas dos que mais têm.
Se isto é socialismo, vou ali e já venho. Não.  Talvez o melhor seja mesmo não voltar.

Pensem nisto quando votarem.ok?

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