quarta-feira, 29 de junho de 2011

A loja do Amor!

E eis que um dia deste ao caminhar pelos blogs, me dou com esta mensagem:


Se eu algum dia tivesse feito uma lista sobre as características do homem ideal...Seria mais ou menos assim e sem qualquer ordem em particular: - Medianamente atraente.- Alto. Muito alto.- Que saiba tocar com delicadeza.- Que tenha barba.- Que não roa as unhas.- Cavalheiro.- Sensível.- Capaz de marcar a sua posição perante a concorrência mas sem fazer cenas.- Gostar de cinema.- Gostar de música.- Gostar de passar um serão com os amigos de volta de uma mesa com um jogo inteligente.- Que seja capaz de cativar os meus amigos falando-lhes de coisas que a eles lhe interessem mesmo que a mim não me digam nada.- Que goste de crianças e respeite os idosos.- Que saiba e goste de cozinhar.- Que goste de estar horas na conversa.- Que tenha sentido de humor e me faça rir.- Que flirt.- Que me consiga tirar o chão de debaixo dos pés.- Que tenha ideias próprias.- Que seja um bom amante.- Que goste de mar.- Que não use meias brancas.- Que não tenha a unhaca comprida.- Que não use os oculos de sol na testa (ou no boné).- Que não traga pendurado ao pescoço um cordão com a bela unha de javali.- Que não tenha nenhum relacionamento com outra pessoa. - Que não faça depilação.Pois, eu sei. Mesmo que eu procurasse com uma candeia acesa... Isto não existe, pois não?
    Não minha querida, lamento mas não existe mesmo. É impressionante a confusão que grassa pela cabeça de certas pessoas. Compreendo que é grande a ânsia das pessoas de amar e de ser amadas, mas o que me mete mais confusão é o facto de reparar que as pessoas querem voar, mas esquecem-se que não têm asas, quanto muito podem-se atirar de um penhasco ou de um prédio, mas até chamar a isso voar.
    Começo no entanto a compreender porque cada vez mais as relações entre as pessoas duram menos. Faz-se uma lista de compras, vai-se à loja e compra-se, depois chega-se a casa tira-se da embalagem, rasga-se numa pressa desenfreada, experimenta-se e volta-se a experimentar até à exaustão, e depois fica-se um pouco enjoado do brinquedo, afinal não gosto, mas agora já não tem garantia, vai para o lixo.
    Ora isto não tem nada a ver com amor, nem com amizade, e certamente não leva á felicidade.
    Primeiro que tudo há que entender uma coisa. Ninguém dá nada sem receber nada em troca.
    Este tipo de atitude pressupõe por parte de quem a toma, que não está disposta a dar nada mas a exigir tudo. Imaginemos que esta pessoa até encontra alguém que reúne todos os requisitos, mas se não estiver disposta a dar algo em troca à outra pessoa, no fundo, a cumprir ela também com os requisitos da outra pessoa, tem o falhanço da relação como muito provável.
    Este tipo de atitude faz pensar que as pessoas pensam tudo poder comprar, até mesmo a felicidade por que tanto anseiam. Não sabem no entanto, que a felicidade não está na perfeição do objecto do nosso desejo, mas sim, na serenidade da nossa própria personalidade, no sabermo-nos aceitar a nós próprios, e aceitar os outros como a nós  próprios.
    Não interessa para nada se tu és como eu ou muito diferente de mim, se temos os mesmos gostos e pensamentos. Não interessa o que podes obter ou dar numa relação. O que interessa verdadeiramente, é se se está disposto a aceitar e partilhar duas vidas numa só.
    Para ter uma grande relação não precisamos de duas grandes personalidades, precisamos sim de duas personalidades, grandes ou pequenas, que estejam disposta a construir juntas algo em que acreditem.
    Olho para esta lista, e em 27 items, eu próprio reúno 26, mas tenho a certeza que nunca seria capaz de aturar tamanha prepotência, tamanho orgulho, tamanha ignorância, tamanho preconceito, no fundo tamanhas parvoíce e estupidez.

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