terça-feira, 31 de maio de 2011

O espaço que se segue é da exclusiva responsabilidade de uma instituição parva, e não interveniente

    Acabei de ouvir o tempo de antena dos partidos políticos que se candidatam á Assembleia da República, e confesso meus amigos e meus inimigos que me senti drogado, pedrado, com uma curte e uma tripe de uma macedónia de cerca de 17 drogas diferentes, em que cada uma delas me provocou uma tripe diferente, mas como sempre, e devido ao meu bom senso e capacidade de me manter independente de influências nefastas, não me senti dependente de nenhuma delas.
    De todas elas a que mais prazer me deu, foi a droga do PS. Elevou-me aos céus, fez-me passear pelas nuvens, fez-me reviver os meus mais belos sonhos de criança ingénua e inocente, fez-me sentir  que vivo num país onde todas as pessoas sem excepção, passam a vida numa praia de areia branca e palmeiras de fundo, com ondas de trinta centímetros e temperaturas de 25 graus, com ninfas morenas a passar com batidos de frutas e carícias sensuais, fez-me sentir que vivemos num país com o poder de compra dos Noruegueses e o nível de vida dos Canadianos. E foi uma curte, um prazer quase orgásmico, fez-me sentir um verdadeiro cidadão que tem tudo o que quer do estado sem sequer ter de pagar impostos, e que os senhores da oposição são todos uns malandros e uns bandidos, quais demónios que se elevaram do Hades, para atormentar a vidinha calma e pacifica dos deuses que na tranquilidade das suas nuvens tocam harpa, bebem vinho e comem deliciosas iguarias deitados em seus canapés de ouro, e eis que de repente acordo assustado e a transpirar com o ladrar alvoraçado do tempo de antena do bloco de esquerda e da sua matilha de cães por vacinar que se babam e espumam e lutam contra a corrente apertada ao pescoço que lhes corta a respiração, sim, essas ideias retrógradas que estiveram anos e anos em compostagem, esses ideais dos finais do século XIX, e princípios do século XX, que já cheiram mal e que azedam tudo em que tocam, mas, com uma pequena inovação, uma inovação importada dos tempos da antiga Roma, em que o mestre Cícero, ao pé destes seus alunos parece um anjinho, demagogia, muita e aos molhos, sem espinhas nem vergonha. Eles ladram, eles rosnam, eles arreganham os dentes, eles espumam, eles babam-se, eles rasgam a terra com as unhas, e a poeira é muita e o alvoroço é total, contra tudo e contra todos, com muita acentuação dos RRRRRRss, eles coçam as pulgas e as carraças e cagam lombrigas, sacodem as orelhas e só não mordem em toda a gente porque afinal vivem num mundo virtual. E quando pensava que já não conseguia dormir, eis que aparece para minha salvação o tempo de antena do PCP, digo da CDU
    -Camaradas!.....zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz.
    E durmo, e sonho, com um país que é o meu, mas que não reconheço, estive fora demasiado tempo, este meu país ficou velho, decrépito, careca e sem dentes, marreco e coxo, cambado das orelhas, e só me resta mesmo é sonhar, sonhar com o dia em que este nobre povo saiba pensar e decidir, saiba ouvir e falar, que saiba rir de si próprio e chorar pelos outros.

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